Cento e dois poemas

Já escrevi cento e dois poemas
Mas creio que agora seja o fim
De que adianta escrever-te tanto
Se tu nada escreves para mim?

Se tu soubesses quantas palavras
A cada hora, em cada dia
Farias para mim uma serenata
Com um violão, qualquer melodia.

No meu silêncio, eu te imagino
Apenas papel e caneta na mão
Já é tão tarde! – pensas consigo
Mas deixe-me ser tua inspiração!

Vai, velozmente, que o tempo não para
Porque se parasse – Ah! – seria tão bom
Que eu te escreveria mais cento e duas cartas
     E as assinaria com o vermelho batom

Dá-me um poema! – é o que te peço
Prometo que entendo tua letra torta
Dá-me palavras! – nem que seja um só verso
Que a tua gramática também não me importa


 Porque não existe uma rosa sequer
Mais perfumada que uma poesia
E nem a mais cara joia que houver
Seria motivo de minha alegria

Mas vejo que tu não me conheces em nada
Achas que sou só letra e cor
Não ficarei no papel de coitada
Escrevendo, esperando, valsando com a dor

Não há mais contrato, resolvi o problema
E se tu não escreveres qualquer linha boba
Eis que farei meu centésimo terceiro poema
E esse não será mais teu – Que pena!

 Darei a outra pessoa. 

Gabriela Ellen

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